II Seminário Internacional de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa da Fundação Maria Carolina (Angola, 2017)

LEITURA E ESCRITA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

14 a 20 de outubro de 2017

PARTICIPAÇÃO DO GRUPO LINGUAGENS NA EDUCAÇÃO

1) DO ORAL PARA O ESCRITO: A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E SUA TRANSCRIÇÃO ESCRITA

Sarah Vervloet Soares

Tendo em vista a figura tradicional dos Griôs, os contadores da história africana e aqueles responsáveis por reconstruir o passado por meio das lendas e dos mitos, esta oficina propõe uma aproximação entre as funções desses narradores orais e dos educadores atuantes em sala de aula. Ao (re)contar uma história, os professores também estimulam a tradição oral nas comunidades e permitem relembrar a atividade realizada pelos primeiros contadores de histórias, que mantiveram a cultura africana viva, ou seja, os sujeitos que adquiriram conhecimentos de antepassados e os repassam contando histórias. Embora as funções sociais e históricas dos Griôs sejam mais extensas do que geralmente se pensa, o foco aqui é a contação de histórias. Esses artesãos da palavra reinterpretam suas gerações e possuem a oralidade como matéria-prima. Desse modo, propomos uma discussão a respeito dos aspectos da oralidade presentes nessa tradição. Além disso, convidamos ao debate a relação entre a oralidade e a escrita, por meio de livros de literatura, a fim de buscar compreender essa ideia transitória entre o ouvir, o recontar e o escrever – entendendo a escrita como elemento recente à difusão da memória africana. Por último, sugerimos a narração de histórias, seja oral, seja escrita, como caminho a ser percorrido na perspectiva do ensino, uma vez que o domínio da oralidade apresenta-se como determinante na aprendizagem da leitura e da escrita.   


 

2) GÊNEROS TEXTUAIS: CONTEÚDOS, ESTRUTURAS, ORGANIZAÇÃO LINGUÍSTICA

Neide Luzia de Rezende

Refletir sobre as diferentes formas de organização textual dos discursos em circulação em determinada sociedade, pode ser ocasião excelente para tomar consciência da especificidade linguística, tanto oral quanto escrita, de textos que mobilizamos no cotidiano e nas tarefas escolares, de modo a estabelecer relações entre práticas sociais e escolares.  Além disso, lidar didaticamente com os gêneros textuais permite estabelecer objetivos de aprendizagem da língua capazes de tornar mais claras as funções gramaticais, fugindo da abordagem abstrata e classificatória. Ou seja, entender que o sistema da língua se torna aparente e consciente quando podemos apreendê-lo nas situações de uso, tanto na dimensão oral (em especial nos gêneros simples do dia a dia) quanto na escrita (em suas formas simples e complexas). Assim, procurarei trabalhar com textos mobilizados no contexto angolano trazidos pelos professores, em especial na região do Calulo, e com aqueles identificados pelos professores como necessários para o trabalho em sala de aula.


 

3) LITERATURAS LUSÓFONAS E A PRÁTICA DE LEITURA NA SALA DE AULA

Jussara de Oliveira Rodrigues (Professora da Rede Pública Municipal de São Paulo)

A construção da identidade literária por meio do trabalho com autores lusófonos em sala de aula, possibilita a ressignificação dos espaços escolares na perspectiva de diversidade. No contexto das relações étnico raciais, a descolonização dos saberes instituídos por uma visão eurocêntrica propõe praticas de leitura voltadas para o resgate da memória, construção da identidade e valorização da diferença.


 

A coordenadora do Grupo Linguagens na Educação, Neide Rezende, compondo a mesa de abertura do evento.
A professora Neide Rezende apresentando o livro Bibliotecas, leitores e formação de professores, lançado à ocasião, resultado do I Seminário Internacional de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa (2014).
A professora Neide Rezende com os organizadores do seminário em Angola.
Parte da equipe do seminário.
As professoras Vima Lia Martin, Eugênia Kossi e Jussara Oliveira em palestra.
Neide Rezende durante a oficina de formação com os professores angolanos.
Sarah Vervloet Soares durante oficina de formação com professores angolanos.
Neide Rezende compondo a mesa de encerramento do seminário.
O grupo brasileiro e angolano em Calulo, no Kwanza-Sul (Angola), onde foi realizado o seminário.

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